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Organização Social
Foto: Adriano Machado / Reuters, 2020.
A etnia Sanöma (Sanema ou Sanumá) é um grupo indígena ligado aos povos Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela, na serra Parima, distribuindo-se em aproximadamente vinte e seis comunidades próximo ao rio Auaris onde vivem aproximadamente cinco mil pessoas (AUTUORI, 2013). Jabur (2014) também mencionará a presença desses povos nas proximidades do rio Alto Ventuari, Erebato e Caura (Venezuela) e seus afluentes. Eles dividem esse território com os povos Ye’kuana onde desenvolvem redes econômicas, comerciais, sociais e culturais (JABUR, 2014 p. 49).
Ao desenvolver a pesquisa a respeito dos povos Sanöma, os conteúdos sobre eles e sobre o povo Yanomami são semelhantes, com detalhes históricos e sociais que variam conforme localização geográfico-espacial ou outros acontecimentos. Jabur (2014) contará que essas diferenças se dão basicamente pela influência recebida por outros grupos da família Caribe como os Ye’kuana e Makú, de acordo também com Ramos (1980 e 1990) e Colchester (1981).
Próximo ao rio e em zona de floresta tropical, seu acesso às zonas urbanas se dá através de aviões de pequeno porte (cerca de duas horas de viagem) ou de canoa, levando aproximadamente um mês.
Essas comunidades sofrem com a presença do garimpo em suas terras, e essa exploração ilegal dos recursos naturais atrai, sobretudo, doenças (GUIMARÃES, 2005).
Autuori (2013) contará alguns fatos interessantes a respeito desse povo. Segundo a autora, ao efetuar as atividades de caça e plantio na roça e não encontrarem sucesso, os Sanumá migravam para outro local em regiões próximas ou distantes em busca de seu desenvolvimento e sobrevivência, fato esse que se perpetua em poucas comunidades atualmente. No entanto, para a maior parte de seu povo, isso não acontece mais devido a presença de organizações e estruturas não indígenas que facilitam o contato com produtos industrializados refletindo em uma sedentarização (AUTORI, 2013 apud RAMOS, 1990).
Característico de outras etnias amazônidas, os Sanöma encontram nas danças, ritos, atividades de caça e pesca, transmissão oral de conhecimentos tradicionais, saberes e ancestralidades a manifestação de sua cultura. Vivem em habitações compostas de parede de barro, ripas ou mesmo sem paredes, cobertas de palha de ubim, bacaba ou telhas de alumínio, em formato retangular e disposto em forma oval ou aleatoriamente (JABUR, 2014, p. 54).
Sua forma de alimentação é variada, com o consumo de lagartas, minhocas, insetos, cogumelos, aves, mamíferos entre outros alimentos como frutas variadas e mel de abelha, coco, palmito entre outros. Suas comidas típicas são o Beiju, feito com mandioca, o Xibé, também preparado com mandioca, e macaxeira, o Caxiri, bebida alcoólica fermentada a partir de conhecimentos tradicionais, a Jiquitaia, preparado com pimentas secas e outras. São exímios artesãos, fato esse demonstrado no desenvolvimento de cestas ornamentais, canoas, roupas, pulseiras, bordados, missangas e outros. Autuori (2013) ainda contará que na roça o plantio se dá basicamente da mandioca (na qual é preparada uma variedade de derivados), banana, frutas e raízes.
Integração através do esporte. Foto: Carlos Coute / Instituto Raízes em Movimento, 2016.
Considerações Linguísticas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil, 2020.
Os Sanöma pertencem à família linguística Yanomami, sendo considerado um subgrupo (GUIMARÃES, 2005).
Segundo Autuori (2013), a população Sanöma é multilíngues, falantes de sua própria língua, o Sanumá, como também o português e até mesmo outras línguas Yanomami ao seu entorno. Sua maioria, entretanto, é monolíngue, encontrando em sua língua Sanumá, sua linguagem principal.
Bibliografia Recomendada
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Imagem de capa:
MORAES, K. Têxteis artesanais amazônicos tecem Balay Artesanato de nativos americanos, Brasil. 1 Fotografia. 9300 x 6200 pixels. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/amazonian-handwork-textiles-weave-balay-craftsmanship-1328484929> Acessado em: 20/03/2022.
Data da última atualização: Março/2022
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