Macuxi

Organização Social

Pintura facial indígena. Foto: Schneider, 2011.

Os Macuxi possuem uma vasta história de luta por direitos e pela terra. São povos habitantes em áreas da Venezuela, Guiana e Brasil, onde estabeleceram a maior parte de suas comunidades (MELO, 2013). A impressão de viajantes no século XVIII a respeito deles os apontava como “um povo insubordinado, insolente, guerreiro e arredio que não ensinava sua língua aos brancos (MELO, 2013 apud CIDR, 1987).


Existem diversos apontamentos no que diz respeito à sua origem. Com base em Melo (2013), é visto que alguns autores acreditam que são originários das ilhas caribe (IM THURN, 1883 apud CIDR, 1987. p. 46). Outro viés, de cunho narrativo e que ganha reforço em sua tradição oral, dizem que são descendentes dos filhos do sol, Makunaima e Insikiran (MELO, 2013, p.118).

Lideranças Indígenas em Manifestação. Foto: Tiago Miotto/Cimi, 2021.

O fato é que os Macuxi passaram por um processo de migração, trazendo consigo sua cultura, idioma, mitos e estrutura social. Há registros, inclusive, de outros povos migrando com eles e apenas anos depois sendo diferenciados por conta das particularidades de sua cultura, como é o caso dos Taurepang (CIDR, 1987, p. 46) e outros povos os quais tiveram relação geográfica ou ancestral, como é o caso dos Purucotó e Paravilhana.

Encontram em manifestações culturais a expressão de o que significa ser um indígena Macuxi, como nos cantos e dança parixara e o tukui, no balançar da rede, nos conhecimentos tradicionais de caça e pesca, além de seus mitos sobre a natureza, o mundo e divindades.


As pesquisas em torno do povo Macuxi falam sobre ocupação territorial (SANTILLI, 1997), transformações culturais (ROCHA et al., 2020), evangelização missionária (MELVINA, 2006), Saúde (GIL; 2019; TEMPESTA, 2010),vivência etnocientífica (OLIVEIRA e FALCÃO, 2020), identidade (SPIES, 2020), trabalho (GOMES, 2015), poetnicidade oral (FIOROTTI, 2018), Educação (DANTAS, 2019; MORAIS, 2018; SANTOS, 2015; GABRIEL, 2014) e outras.

Considerações Linguísticas

De família linguística Caribe, os Macuxi possuem diferenças linguísticas em seu idioma que variam conforme a região onde vivem, seja na serra (vi'rikó), seja no lavrado (romoko). Essas particularidades recebem o nome de Monoiko, Aasepang, Iriang, Kiseruma, Kono' loco e Pezak'ko (CIDR, 1987, p. 45). Ademais, por viverem em uma zona de tríplice fronteira, também são falantes do português, inglês e espanhol.

Foto na Comunidade Indígena Raposa I. Foto: Jordana Cavalcante (Jô Viajou), 2020.

De família linguística Karib, os Macuxi possuem diferenças linguísticas em seu idioma que variam conforme a região onde vivem, seja na serra ("vi'rikó"), seja no lavrado ("Romoko"). Essas particularidades recebem o nome de Monoiko, Aasepang, Iriang, Kiseruma, Kono' loco e Pezak'ko (CIDR, 1987, p. 45). Ademais, por viverem em uma zona de tríplice fronteira, também são falantes do português, inglês e espanhol.

Bibliografia Recomendada

ARAÚJO, M. Do corpo à alma: missionários da Consolata e índios Macuxi em Roraima. São Paulo: Humanitas, 2006. v. 1. 248p .

CIDR. Índios de Roraima: Macuxi, Taurepang, Ingarikó, Wapixana. Coleção histórico-antropológica Nº 1. Boa Vista: Editora Gráfica Coronário, 1987. Disponível em: <https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/0BL00007.pdf> Acessado em: 22/02/2022.

DANTAS, J. M. Estudantes Macuxi e a educação profissional: percepções sobre o ensino no Campus Amajari. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Instituto de Antropologia, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, 2019. Disponível em: <http://repositorio.ufrr.br:8080/jspui/handle/prefix/442> Acessado em: 22/02/2022.

FIOROTTI, D. A. Taren, eren e panton: poetnicidade oral Macuxi. ESTUDOS DE LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA, p. 101-127, 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/elbc/a/fzmLm7XjJsvFCzNRYcHgxdD/?lang=pt&format=html> Acessado em: 22/02/2022.

GABRIEL, G. L. A escola narrada pelas crianças Makuxi na Amazônia: primeiras aproximações. Infância, aprendizagem e exercício da escrita. 1ª Ed. Curitiba: Editora CRV, 2014, v. 1, p. 01-338.

GIL, P. A. Medicina Tradicional Indígena na Amazônia Brasileira: uma intervenção em saúde. Revista Ensino de Ciências e Humanidades - Cidadania, Diversidade e Bem Estar, v. V, p. 798-813, 2019. Disponível em: <https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/rech/article/view/6840> Acessado em: 22/02/2022.

GOMES, M. L. S. O significado do trabalho e a satisfação com a vida de indígenas de etnia Macuxi. Tese (Doutorado em Psicologia) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, Faro, Portugal. 2015. 217 f. Disponível em: <https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/7781> Acessado em: 22/02/2022.

IM THURN, E. F. Among the Indians of Guiana. London: Kegan Paul, Trench, 1883.

MELO, L. M. A Formação Sociocultural de Boa Vista - Roraima e os povos Macuxi e Wapichana da cidade: processos históricos e sentidos de pertencimento. Textos e Debates - Revista de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Roraima, v. 23, p. 115-133, 2013. Disponível em: <https://revista.ufrr.br/textosedebates/article/view/2167> Acessado em: 22/02/2022.

MORAIS, L. F. Da comunidade para Boa Vista: narrativas de jovens Macuxi e Wapixana em Roraima. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Instituto de Antropologia, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, 2018. Disponível em: <http://repositorio.ufrr.br:8080/jspui/handle/prefix/173> Acessado em: 22/02/2022.

OLIVEIRA, S. K. S.; FALCÃO, M. T. Vivências com os Macuxi da região do baixo São Marcos - Terra Indígena São Marcos (RR). J. Biotec. Biodivers., v. 8, p. 158-164, 2020. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/JBB/article/view/8179> Acessado em: 22/02/2022.

SANTILLI, P. Ocupação territorial Macuxi: aspectos históricos e políticos. In: BARBOSA, R. I.; FERREIRA, E.J.G. Castellón, E.G. (orgs). Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima. Manaus, INPA. p. 49-64, 1997.

SANTOS, J. V. Identidade docente e formação de professores Macuxi: do imaginário negativo à afirmação identitária na contemporaneidade. 2015. 219 f. (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus/AM, 2015. Disponível em: <https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4907> Acessado em: 22/02/2022.

SOARES, L. K. S. R.; CORRÊA, O. S.; MATOS, M. B. Transformações culturais na etnia Macuxi: impactos, insistências e perspectivas na contemporaneidade. 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora Cientifica Digital, 2020, v. 40, p. 584-592. Disponível em: <https://www.editoracientifica.org/articles/code/201001583> Acessado em: 22/02/2022.

SPIES, I. M. S. Ser Macuxi e Wapichana na fronteira: ausência de documentação, identidade e cidadania. 1ª Ed. Curitiba: Appris, 2020.

TEMPESTA, G. A. Os fluidos limites do corpo. Relexões sobre saúde indígena no leste de Roraima. Anuário Antropológico, v. 1, p. 129-148, 2010. Disponível em: <https://journals.openedition.org/aa/798> Acessado em: 22/02/2022.

Imagem de capa:

Indigenous bow and arrow – Brazil. 1 Fotografia. 5184 x 3456 pixels. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/indigenous-bow-arrow-brazil-1605536911> Acessado em: 20/03/2022.

Data da última atualização: Março/2022

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